A SBCJ promoveu uma importante discussão ontem, 13/08, sobre os “Desafios regionais de negociação com operadoras”, dentro da programação de reuniões do Grupo do Joelho da Regional Sul, moderada pelo presidente da Sociedade, Dr. André Kuhn, pelo Delegado Regional Sul, Dr. José Salvador Pantoja, e pelo Representante da SBOT Regional RS, Dr. Alexandre Marcolla.
Para a reunião, a SBCJ convidou dois representantes de iniciativas que já mudaram a relação médico x operadora, nos Estados da Bahia, de onde falou o Dr. Aloisio Reis Carneiro, representando a COOPJOELHO; e de Pernambuco, o Dr. Luiz Costi. Para ouvir o “outro lado”, o convidado foi o Dr. Márcio de Castro Ferreira, cirurgião do joelho e coordenador da Gestão de Boas Práticas Assistenciais – auditoria em OPME da Seguros Unimed, de São Paulo/SP.
O objetivo do evento, segundo o presidente Dr. André Kuhn, foi apresentar aos colegas de todo o Brasil os cases de sucesso da Bahia e de Pernambuco, entender um pouco melhor o lado das operadoras, e mostrar que a Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho está assumindo seu papel nesse processo de luta por melhorias nas relações de trabalho e remuneração dos cirurgiões brasileiros.
Dr. André destacou a criação da Comissão de Defesa Profissional da SBCJ, na gestão do Dr. José Ricardo Pécora em 2019, e enfatizou a necessidade de buscar estratégias de discussão de maneira ética e legal para a sustentabilidade do negócio, onde os profissionais recebam honorários justos e as seguradoras e os hospitais mantenham sua lucratividade.
Sistema de cooperativa na BA
Essa realidade já ocorre na Bahia, com a COOPJOELHO, iniciativa que começou em 2014, e que evidencia que a união dos profissionais foi essencial para a transformação das relações com as operadoras, elevando os honorários médicos para patamares justos, e as operadoras mantendo seus lucros.
O sistema cooperativista, segundo Dr. Aloisio, apresenta várias vantagens, como remuneração justa e igualitária, força para a classe médica lutar por contratos que garantam seus direitos, como reajustes anuais, por exemplo, além de terem uma carga tributária menor. “É a união que faz a força”, disse.
Exemplo de Pernambuco
Em Pernambuco, Dr. Costi contou como foram iniciadas as negociações primeiramente com a Unimed Recife e depois com outras seguradoras, com o apoio de entidades médicas como o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (SIMEPE), que conta com uma Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM), do presidente da SBOT-PE e de integrantes da Comissão de Defesa Profissional da SBOT. Esse respaldo permitiu boas negociações para mudar a realidade no estado.
Medicina de valor
Já o Dr. Márcio Castro deu sua visão das práticas assistenciais no modelo de remuneração em cirurgia do joelho, mostrando o cenário nacional da saúde pública e destacando a importância da medicina baseada em valor, onde valor é igual a desfecho clínico/custo tratamento.
Ação e união
Finalizando a reunião, a mensagem para todos foi de que é necessário caminhar para um futuro sustentável da medicina, onde o paciente receba o melhor tratamento e médico, operadora e hospital sejam remunerados de forma racional, sem distorções. “Para chegar nesse cenário, a ação das sociedades médicas, como da SBCJ, e a união dos colegas são fundamentais”, falou Dr. André Kuhn.